Antes de entramos na analise do tema,
identifiquemos seus significados. Ambos os termos teoria e pratica vem do
grego. Teoria significativa, originalmente, a viagem de uma missão festiva aos
lugares de sacrifício. Daí o sentido de teoria como observar, contemplar,
refletir.
Quanto à palavra prática, deriva do prâxis, prâxeos,
tem o sentido de agir e, principalmente, a ação inter-humana consciente,
diferente de poeiese, que compreende a ação produtiva e a atividade comercial.
Para
Ferrater Mora, teoria é contemplação, podendo ser definida como uma visão
inteligível ou como uma contemplação racional. O filosofo acha que na
atualidade a teoria deixou de ter essa categoria de contemplação, para designar
uma construção intelectual que parece como resultante de um trabalho filosófico
ou científico.
Para
Lalande, prática tem vários sentidos, como o exercício de uma atividade
voluntária que transforma o ambiente que nos rodeia, ou o exercício habitual de
uma determinada atividade.
De
modo geral, podemos interpretar a teoria como pensar, raciocinar, a partir de
determinados princípios e pressupostos; a prática seria a realização, a ação e
os resultados.
Teoria
e prática uma unidade para o educador
Na
realidade, o educador trabalha a relação teoria e pratica de três foras
distintas:
· Apresenta
a teoria e prática separadamente, justapostas.
· A
concepção de que a pratica significa a aplicação da teoria pedagógica.
· O
tratamento conjunto e integrado da teoria com prática, com implicações mútuas.
Em
temos de evolução teórico-prática da educação, encontramos, em nossa
literatura, pesquisas pertinentes ao tema do estudo.
Pedro
Bemjamim Garcia, em educação, apresenta o pensamento pedagógico em dois enfoques
teóricos antagônicos: teoria da modernização e a teoria da dependência.
· Teoria
da dependência: reforça a demandas simbólicas das classes dominantes e
dominadas.
· Teoria
da modernização: contribui para a modernização da sociedade, criando quadros técnicos,
possibilitando a modalidade social, redistribuição de renda proximidade entre
sociedades.
Essas
duas teorias tiveram grande influencia nos sessenta e setenta. A primeira
reforçou as analises reprodutivas da Educação; a segunda revelou-se extremamente
conservadora.
Outro
estudo apresentado por Dermeval Saviani, que esboça a historia da educação
brasileira, quatro grandes tendências:
· Humanismo
tradicional, anos 30 à 45.
· Humanismo
tradicional e humanismo moderno, anos 45 à 60.
· Predomínio
da humanista moderna; anos 60 à 68.
· Crise
da tendência moderna e articulação tecnicista e concomitante emergência de
critica à pedagogia oficial e à política educacional que busca implantá-la; a
partir de 68.
Para José
Carlos Líbaneo, as tendências pedagógicas da pratica escolar são liberais e
progressistas.
· Liberais:
inclui as tradicionais e renovadas progressistas, a renovada não diretiva e a
tecnicista.
· Progressistas:
tendências libertárias, libertadora e a crítico-social dos conteúdos.
Na
evolução teórico-pratica da Educação uma tendência que se destaca é a
construtivista. Os construtivistas admitem que o conhecimento resulta da
interação do sujeito com o meio ambiente. Encontramos Piaget, Vigotsky, Luria,
Wallon, Leontiev e outros.
Discutir,
pois, o tema da evolução teórico-pratica da Educação no cenário Brasileiro,
torna-se, um desafio. Isso porque, na realidade precisaríamos de uma pesquisa,
trabalhos e publicações, mas na pratica não há o devido entendimento de a que
propõem as teorias.
Maria
Rita afirma que três aspectos vêm dificultando a compreensão do fenômeno
educativo na forma como ele se apresenta nas escolas, via o ideário pedagógico.
· O
primeiro é que as teorias da educação não desvelam com se dá a articulação das
teorias como pratica, em que pese a argumentação da relação dialética entre
teoria e pratica.
· O
segundo aspecto pratica é que a apresentação de novas teorias da Educação é
feita, em geral, no âmbito da descrição da proposta, sem a explicação do seu
processo de construção.
· O
terceiro aspecto diz respeito à ampliação da discussão dos projetos históricos
que permeiam as posições progressistas na área da educação a fim de favorecer o
entendimento da aparente identidade do discurso dito transformador.
Entendendo a Orientação Educacional através das tendências em seus diferentes contextos
·
A educação em seu sentido mais amplo é
entendida na concepção do autor como orientar, nortear, dirigir. Quando se
trata de Orientação Educacional, logo estará se tratando também de educação,
portanto esses dois termos são indissociáveis.
·
A
Educação e a Orientação Educacional possuem características ditadas pela época
em que se situam.
·
Educação
Tradicional: Nesta tendência a educação possui um cunho
terapeuta e psicológico, uma vez que se objetiva ajustar o aluno – problema aos
modelos apresentados pelas famílias.
A Orientação Educacional, nesta tendência tinha a ideia de que
tanto a aprendizagem quanto a conduta, estariam sempre relacionadas ao aluno em
si, não as interferências do contexto social.
· Educação
Renovadora Progressivista: Nesta perspectiva a orientação buscava
auxiliar o desenvolvimento cognitivo dos alunos, identificavam-se os alunos por
meio de testes, assim como na educação tradicional e trabalhava-se bastante em
termos individuais.
· Educação
Não- Diretiva: A Orientação neste contexto é reconhecida
como “Facilitadora de mudanças”. Na própria formação do orientador, contemplava
o aconselhamento vocacional.
· A
educação Tecnicista: Cabia a orientação, identificar as aptidões
dos alunos para um determinado mercado de trabalho. Neste sentido tinha um
aspecto funcionalista, que enfatizava as técnicas de seu processo.
A orientação teve papel importante neste
período, principalmente com uma reforma implantada a Constituição, neste
sentido a Orientação estabelecia a relação escola – comunidade, desempenhando
papel de promover os alunos a um devido mercado de trabalho, bem como
orienta-los neste período.
·
Educação
Libertária: Nesta abordagem, a pedagogia recusa qualquer
forma de poder de autoridade, cabia à orientação discutir e promover reflexões
a respeito das questões da relação de poder da classe trabalhista, objetivando
tornar esse aluno consciente da sua importância enquanto ser social critico.
O papel do Orientador era subsidiar,
assessorar o professor, na medida em que ele era um “orientador” e um
catalisador do grupo junto aos alunos.
·
Educação
Libertadora: Dentro desta tendência, a Orientação buscava
captar o mundo real dos alunos, sendo estes enfocados como indivíduos
históricos, concretos e reais. O trabalho da Orientação nesta abordagem
questionava a realidade das relações do homem com a natureza e com os outros
homens, almejando uma transformação, por esse motivo foi considerado uma
educação critica.
·
Educação
critico– social dos conteúdos: A atuação estaria voltada a
preparação do aluno para o mundo adulto, fortalecendo-o por meio da aquisição
de conteúdo e da socialização, para que este individuo tenha participação ativa
na democratização da sociedade. O aluno não tem sua existência aniquilada nesta
tendência, pelo contrario, há de se perceber o contexto em que ele se encontra
suas experiências e verdades adquiridas, para depois confronta-las com os
conteúdos e modelos apresentados pelo professor.
·
Orientador atua como um mediar nesta busca
procurar ser um facilitador na construção dessa autonomia.
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